Trabalho presencial cresce para 69% e impacta cenário imobiliário, aponta DataZAP

Depois dos boom do home office impulsionados pela pandemia de covid-19, o retorno ao trabalho presencial tem se tornado cada vez mais presente para os brasileiros. A porcentagem daqueles que trabalham presencialmente – em modelo 100% presencial ou híbrido – aumentou de 52% para 69% entre 2023 e 2024. A conclusão é do estudo Tendências de Moradia, publicado anualmente pelo DataZAP (veja metodologia completa abaixo).

O levantamento ouviu 718 pessoas de todo o Brasil e detectou que pouco mais da metade deles já trabalham presencialmente todos os dias (51%). Outros 39% trabalham em formato híbrido ou presencialmente com escalas de dias e semanas onde a presença no escritório é exigida. E apenas 12% continuam 100% no home office.

Entre aqueles que trabalham no formato híbrido, a maioria (30%) vai ao escritório apenas uma vez por semana. Na sequência, aqueles que trabalham presencialmente em média quatro vezes por semana representam 28% dos respondentes. O trabalho presencial duas vezes na semana é realidade para 26% dos participantes, enquanto outros 17% vão presencialmente em torno de três dias a cada semana.  

O retorno ao trabalho presencial tem impactado a relação com a moradia. “Vemos, por exemplo, mais pessoas buscando imóveis na cidade em que moram: 80%. Entre quem afirma que pode trabalhar em casa, o desejo pelo espaço específico por um escritório é apontado por 59%”, afirma Gabriela Domingos, especialista em inteligência de mercado no Grupo OLX, dono do DataZAP. 

Existe também uma preocupação com deslocamento. Três em cada quatro entrevistados disseram que a proximidade com vias de acesso – como ruas e avenidas – influenciam na escolha da localização do novo imóvel. Outros 47% buscam um lar próximo a pontos de ônibus, e 23% desejam opções ao redor de estações de trem ou metrô.

Perfil do comprador de imóvel

A pesquisa revelou que a maioria dos compradores e potenciais compradores de imóveis nos próximos 12 meses são homens (58%) entre 41 e 59 anos – a faixa etária representa 53% dos respondentes. Os casados ou em união estável são 60% dos respondentes; 67% deles tem filhos e 64% possuem animais de estimação. Quase 50% deles se encaixa na classe B, e 62% vivem na região Sudeste. Quanto à finalidade do imóvel, 88% buscam moradia e apenas 12% priorizam investimento.

Para cerca de 70% dos entrevistados, o orçamento para a compra do imóvel fica entre R$ 300 mil e R$ 500 mil. Além disso, 29% considera a aquisição pelo programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV) – que contempla imóveis de até R$ 350 mil. 

Sobre as perspectivas de mercado, 66% acredita que mudanças nas taxas de juros têm alta influência na dinâmica do setor. O vai e vem dos juros afeta principalmente a população de média renda, que fica mais vulnerável às condições de mercado para financiamento bancário.

Para 39% dos entrevistados, o imóvel ideal é um apartamento, preferência que sobe para 54% entre pessoas com mais de 61 anos. Já 35% optam por casas de rua. 

Imóveis usados atraem 65% dos participantes da pesquisa, enquanto 13% preferem imóveis novos – especialmente Millennials, geração de 29 a 40 anos, com 27% deles preferindo lançamentos e 37%, imóveis nunca habitados.

Metodologia do estudo Tendências de Moradia

O levantamento foi realizado pelo DataZAP por meio de questionário online com usuários dos portais ZAP imóveis, Viva Real e OLX que compraram ou têm interesse em comprar imóvel, entre 7 de junho e 7 de julho. Foram 718 entrevistas no total, com participantes de todas as regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de 3,7 pontos percentuais para o total da amostra.


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