O governo do presidente dos EUA, Joe Biden, quer cobrar uma taxa sobre produtos baratos vindos da China. Na prática, é um projeto de aumento de impostos que mira empresas chinesas de e-commerce, como Alibaba, Shein e Temu. Com isso, compras on-line feitas por lá podem ficar ao menos 20% mais caras.
O projeto do governo Biden é bem parecido ao que ficou conhecido no Brasil como “taxa das blusinhas” – nome popular dado à cobrança de imposto de importação de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50. Essa nova regra entrou em vigor em 1º de agosto de 2024.
‘Taxa das blusinhas’ dos EUA mira empresas chinesas de e-commerce
A ideia do projeto estadunidense é acabar com uma lei da década de 1930. Por que? Essa lei garantiu que consumidores finais não precisam pagar impostos sobre produtos importados que custem menos de US$ 800.
No juridiquês: a isenção dos chamados “mínimos” permite que produtos com valor inferior a US$ 800 sejam enviados diretamente aos consumidores sem declarações alfandegárias ou impostos.
Se sair do papel, esse projeto fecharia uma brecha aproveitada por Temu e Shein, por exemplo, para enviar centenas de milhões de pacotes para os EUA anualmente.
Para você ter ideia:
A Shein é a maior plataforma da China nos EUA e teve uma receita global de US$ 32,5 bilhões em 2023 (não se sabe quanto disso veio dos Estados Unidos, mas 18 milhões dos 88 milhões de clientes ativos são de lá)
Analistas estimam que a Temu é responsável por cerca de 10% dos negócios gerais da PDD Holdings, sua dona – e que grande parte disso venha dos EUA;
A Temu pode ter movimentado aproximadamente US$ 20 bilhões em mercadorias no primeiro semestre de 2024, dos quais 40% vieram dos EUA, segundo o analista Thomas Chang, da Jefferies (via Bloomberg).
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O que as empresas disseram: Temu e Shein apontaram, em declarações separadas à CNBC, que seu crescimento não depende da política de isenção de impostos dos EUA. E que se concentrariam na eficiência dos negócios e em manter os consumidores satisfeitos.
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