Sánchez apoiará Lula no G20 por um imposto global sobre grandes fortunas

O presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, apoiará na cúpula do G20 as propostas do anfitrião do evento, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva: uma aliança contra a pobreza e a fome, que tem apoio unânime e um imposto global sobre grandes fortunas que causa divisão.

Sánchez viaja neste domingo, 17, ao Rio de Janeiro, sede da cúpula que, com o lema “Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”, reúne todos os líderes do G20, exceto o presidente russo, Vladimir Putin, amanhã e terça-feira.

Sánchez apoiará a aliança global contra a fome e a pobreza patrocinada por Lula, que se configurará como um espaço de troca de ideias, boas práticas e medidas, e terá aportes financeiros a serem detalhados.

Por enquanto, nasce com compromissos concretos de 39 países e 30 organizações internacionais para beneficiar cerca de 500 milhões de pessoas em 13 países em três continentes.

Embora se espere unanimidade para esta iniciativa, o mesmo não acontece com outra que Lula defende: um imposto global sobre as grandes fortunas, medida que o governo espanhol apoia por coerência e convicção, segundo fontes oficiais, após adotar medidas semelhantes na Espanha.

Em novembro de 2022, aprovou temporariamente um imposto solidário sobre grandes fortunas e, há um ano, prorrogou-o por tempo indeterminado. Além disso, o governo espanhol está tentando aprovar um pacote fiscal – que atualmente não conta com o apoio de seus parceiros – que inclui a manutenção de um imposto bancário.

A Espanha está consciente de que há países, como a Argentina, contra o imposto sobre as grandes fortunas e, em linha com isso, destaca a diferença no papel deste país em relação às cúpulas anteriores.

A atitude do atual governo de Javier Milei está sendo negativa, ao se opor também de forma radical a algumas menções no G20 à igualdade de gênero, às mudanças climáticas ou aos objetivos de desenvolvimento da ONU; a oposição argentina a estas questões já impediu que a cúpula ibero-americana desta semana em Cuenca, no Equador, terminasse com uma declaração oficial.

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