O debate entre Kamala Harris e Donald Trump, realizado na noite de terça, 10, teve vários momentos de embate entre os dois candidatos à Presidência dos Estados Unidos. Espectadores ouvidos por emissoras de TV americanas apontaram que a democrata foi melhor, mas os impactos disso para a disputa geral ainda estão em aberto.
“As enquetes feitas pelas emissoras americanas mostraram que Kamala Harris foi a vencedora do debate. Mas essas pesquisas valem muito pouco. O que vale mesmo são os eleitores nos estados-chave, os eleitores indecisos e independentes. E aí eu tenho dúvidas se o debate vai ter efeito nesses grupos relevantes. Vamos ter vários números sobre isso saindo nos próximos dias”, analisa Mauricio Moura, professor na Universidade George Washington, no programa O Caminho para a Casa Branca, uma produção da EXAME, em parceria com a Gauss Capital.
“Em um cenário polarizado, o debate serve mais para mobilização com sua própria base do que de expansão do convencimento, como era há décadas atrás”, prossegue Moura. Veja a íntegra do programa abaixo e ouça também no Spotify.
Eleição muito apertada
A eleição americana é indireta e decidida estado a estado. Assim, quem vencer em um estado leva todos os votos daquele estado no Colégio Eleitoral. Com isso, a disputa se concentra nos estados onde há maior indecisão dos eleitores e ambos têm chance de ganhar. São os chamados swing states.
Neste ano, há sete estados nesta condição: Wisconsin, Michigan, Pensilvânia, Carolina do Norte, Geórgia, Arizona e Nevada, e a disputa está muito apertada.
“Esta é a eleição mais equilibrada que já testemunhei aqui. Pegando os números desde 2000, quando se estabeleceu uma polarização maior, o grau de equilibrio é imenso. Quando a gente compara o resultado das pesquisas no começo de setembro e o resultado da eleição, a variação tem sido muito pequena, de dois, três pontos percentuais. Se tivermos essa variação agora, a gente vai ficar em todos os estados-chave dentro da margem de erro, com empate técnico”, pontua Moura.
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