O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou que irá sancionar um novo projeto de lei que afrouxa exigências ambientais para projetos de microchips financiados com recursos federais, apesar das objeções de líderes democratas da Câmara e de grupos ambientalistas. A decisão pode agravar fissuras dentro do Partido Democrata, entre alas pró-negócios e ambientalistas, e favorecer o lobby da indústria de semicondutores.
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Um voto tenso na segunda-feira, 23, à noite marcou a aprovação da Building Chips in America Act na Câmara, que enfrentou fortes críticas de democratas influentes, com dissidentes se unindo aos republicanos. O projeto busca diminuir as exigências da Lei Nacional de Política Ambiental (NEPA, na sigla em inglês), uma mudança defendida pelo setor de chips desde 2022, quando foi aprovado o CHIPS and Science Act, que destinou US$ 39 bilhões para a fabricação de semicondutores nos EUA.
A decisão de Biden gera controvérsias porque o projeto de lei isenta novas fábricas de chips de revisões ambientais, caso as obras comecem até 2025 ou envolvam menos de 10% do custo total do projeto em subsídios federais. A isenção de normas ambientais foi vista como uma forma de acelerar a construção, com o lobby da indústria alertando sobre possíveis atrasos.
No entanto, grupos como o Sierra Club e mais de 20 organizações ambientais alertam que essa medida prejudica a agenda climática da administração Biden. A assinatura do projeto, segundo ambientalistas, poderia se tornar uma “mancha” no legado do presidente, especialmente considerando os riscos de contaminação e poluição decorrentes de fábricas de chips.
A administração Biden, contudo, defende a medida como parte da estratégia para impulsionar a produção industrial e a segurança nacional, com a Secretaria de Comércio destacando o compromisso em manter padrões de segurança e sustentabilidade.
Impactos para a indústria e o meio ambiente
O novo projeto de lei poderia servir de precedente para outras indústrias buscarem flexibilização semelhante nas exigências ambientais, alertam críticos. A indústria de chips, por outro lado, argumenta que suas instalações modernas seguem padrões rigorosos de controle de emissões e segurança.
No entanto, líderes democratas como Frank Pallone e Zoe Lofgren expressaram sua desaprovação, pedindo para Biden vetar o projeto. Ainda assim, a expectativa do lobby da indústria é de que o presidente siga em frente com a assinatura, justificando-a como parte de sua “agenda de Investir na América”.
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