O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu que o Brasil siga explorando suas reservas de petróleo enquanto a commodity seguir alimentando mercados nos cinco continentes. Segundo ele, as perspectivas de ampliar os investimentos em fontes renováveis durante a transição energética não podem anular o potencial brasileiro no setor de óleo e gás.
“A questão do petróleo não é uma questão de oferta, é uma questão de demanda global”, disse durante o CNN Talks realizado nesta semana em São Paulo e que tratou da sustentabilidade e as perspectivas para a COP30, a ser realizada em Belém (PA) no próximo ano. O evento contou com a mediação do jornalista William Waack e com a participação dos governadores do Pará, Helder Barbalho, e do Amapá, Clécio Luís, além do presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho.
Segundo Silveira, a COP29, que será realizada nos próximos dias em Baku, no Azerbaijão, não deverá contar com os líderes do países desenvolvidos, o que pode esvaziar o debate sobre transição energética a nível internacional, justamente porque os combustíveis fósseis permanecem com forte apelo internacional, ainda que os desafios ambientais tornem movimentos na direção da economia verde como indispensáveis para qualquer nação.
Foz do Amazonas
Recentemente, Ibama e a pasta de Minas e Energia entraram em rota de colisão devido à intenção da Petrobras de realizar estudos de viabilidade sobre a exploração de petróleo na região conhecida como foz do Amazonas, distante 170 km do litoral do Amapá. Na visão de Agostinho, ao pedir mais informações sobre o impacto ambiental, a entidade se posiciona de maneira técnica, sem qualquer intenção de influenciar a política energética do País.
“O que o Ibama hoje analisa na costa do Amapá é de uma atividade licenciada. O Ibama não é responsável pela política energética do Brasil. Neste semestre, emitimos 50 licenças e autorizações para a Petrobras”, afirmou.
Em um ponto de vista complementar, o governador Clécio Luís chamou atenção para os indicadores sociais do Amapá e afirmou que é preciso haver uma reflexão aprofundada sobre uma compensação justa às regiões que concentram áreas de floresta. Ao lembrar que grande parte do território de seu estado é considerada local de preservação ambiental, ele disse que indicadores ambientais precisam ser compatíveis com indicadores econômicos.
“Nós queremos e vamos manter nossa floresta em pé e viva, mas é incompatível com a pobreza que existe. Para que este discurso não fique somente da boca para fora, precisamos que os indicadores puxem os sociais e econômicos”, ponderou.
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