Para quem imagina que a Comic Con Experience (CCXP) é para cosplayers de filmes e séries, o festival vai muito além disso. Em meio à pluralidade de fãs da cultura da pop, há a presença expressiva de gamers no evento. E essa é a força motriz da Visa, que chega ao festival em parceria com a Team Liquid, uma das maiores organizações globais de eSports, em uma nova empreitada para essa indústria.
Juntas, as empresas oferecem um estande cheio de atrações elaboradas para o público geek. O espaço conta com uma arena 2×2 para partidas de games competitivos, além de áreas dedicadas ao Nintendo Switch e PlayStation 5, onde os fãs poderão disputar partidas de jogos como Super Smash Bros e EA FC 25, e concorrer a prêmios. Há também uma área de Meet & Greet com jogadores e influenciadores da equipe da Team Liquid, como Haru, FRTTT, Rakin e Zigueira, proporcionando momentos únicos para os fãs.
CCXP 2024: veja a programação completa dos quatro dias de evento
O ‘match’ entre a Visa e Team Liquid se baseia em uma trajetória de projetos realizados pelas empresas ao longo do ano. Uma das iniciativas mais notórias ocorreu em julho, quando a multinacional de serviços financeiros patrocinou o time brasileiro de Valorant, famoso game da Riot, e ganhou naming rights para estampar o peito dos uniformes da equipe da Liquid. Por conta disso, o grupo de jogadores será chamado de Team Liquid Visa até o fim de 2025. O acordo também inclui apoio financeiro à organização e diversas ações e eventos.
Agora na CCXP, a companhia de pagamentos digitais pretende consolidar sua presença no universo dos games, que apresenta um grande potencial financeiro no Brasil e na América Latina, segundo Rodrigo Bochicchio, diretor executivo de Marketing e head de parcerias da Visa. “É um nicho que não para de crescer. Nossa parceria com a Team Liquid é apenas o começo de uma jornada de iniciativas ousadas no setor de entretenimento, especialmente o de games”.
É a hora de investir em games?
Recentemente, os videogames passaram a ser vistos não apenas como diversão, mas principalmente como um grande negócio. O Brasil é o 10º maior mercado consumidor desses produtos no mundo e o maior da América Latina, tanto que o setor de games movimenta cerca de US$ 2,6 bilhões (cerca de R$ 12 bilhões) ao ano, de acordo com o último levantamento da consultoria Newzoo.
Apenas a categoria dos esportes eletrônicos está avaliada em US$ 184 bilhões. E a demanda por esse tipo de entretenimento não parou de crescer desde a pandemia de covid-19, trazendo otimismo para as empresas, avalia Rafael Queiroz, geral manager da Team Liquid no Brasil. “De 2015 a 2022, o eSports teve um crescimento muito rápido, dando a impressão que esse estilo é o hype do momento. Agora o mercado experimenta um equilíbrio e os negócios que surgiram recentemente têm maior margem de retorno de seus investimentos”.
A previsão da Newzoo para o mundo dos games, em geral, é a movimentação de até US$ 321 bilhões em 2026 (mais de R$ 1 trilhão). “Há uma tendência de estabilidade e grande rentabilidade, trazendo possibilidades de negócio para companhias não endêmicas, que não são focadas nesse setor, mas querem participar dele de alguma forma, como é o caso da Visa. Isso tem ajudado bastante a nossa parceira a equilibrar os investimentos feitos em games com os resultados almejados”, explica o executivo.
Quem é o alvo?
A força que está redefinindo a indústria de jogos eletrônicos por aqui é a geração Z. Para se ter uma ideia, os games se tornaram tão indispensáveis na rotina desse grupo, que atualmente são alguns dos produtos mais consumidos. 48,15% dos gastos da GenZ está relacionada aos games, aponta um estudo da Ng.Cash. Esse fenômeno não passou despercebido pela Visa, que está apostando suas fichas nesses consumidores.
“Estamos de olho nas oportunidads deste mercado há muito tempo. 80% das pessoas que fazem parte da geração Z na América Latina se declaram gamers e estão envolvidas em um setor que movimenta bilhões de reais no continente”, enfatiza o diretor de Marketing da Visa.
Mas, esse interesse pela GenZ não é recente. Antes da multinacional norte-americana flertar com as empresas de games, já havia o interesse em estreitar laços com esse público, com o propósito de trazê-lo para sua base de clientes.
“Há dois anos estamos observando o comportamento da geração Z para incluí-la em nossa estratégia de marca. Estamos considerando isso em todas as ativações e experiências que oferecemos. Daqui alguns anos, essa geração será economicamente mais ativa. Então os movimentos que fizemos em 2024, com a CCXP e a BGS (Brasil Games Show), além do patrocínio do time de Valorant da Liquid, são importantes para termos a liderança”.
No momento, cautela é a prioridade. O foco da Visa é fortalecer a relação com a Team Liquid para novos projetos em eSports. Mesmo assim, Rodrigo deixa claro que os planos para os próximos anos envolvem a aceleração do ecossistema dos videogames em todas as suas vertentes. E essa não é uma visão apenas da direção no Brasil, mas de toda a companhia em escala global.
“Estamos adquirindo um número maior de clientes. E também buscamos desenvolver soluções para dentro deste nicho. Como resultado, a percepção das pessoas em relação à marca mudou e isso trouxe impactos positivos no aspecto comercial”, afirma o diretor executivo.
E complementa: “Atualmente, estimulamos ações e damos suporte aos players com patrocínios e eventos. No futuro, queremos desenvolver produtos que sejam focados no público gamer. A meta é mostrar aos consumidores que a Visa agora tem um papel relevante nesta indústria”.
Deixe um comentário