A Microsoft planeja usar a reinicialização do reator da usina nuclear de Three Mile Island para alimentar seus data centers em expansão, buscando uma solução rápida e sustentável para suas crescentes necessidades energéticas. As informações são da Reuters.
No entanto, enfrentar a demanda por energia, especialmente devido à inteligência artificial, será desafiador, já que novos reatores nucleares enfrentam obstáculos regulatórios, dificuldades de fornecimento de combustível e resistência local.
A Microsoft e a Constellation Energy anunciaram um acordo para reiniciar uma unidade na usina da Pensilvânia, o que seria um marco, já que é a primeira vez que se planeja reiniciar um reator.
O CEO da Constellation, Joe Dominguez, destacou que a energia nuclear é uma fonte confiável e ecológica, superior à energia eólica e solar para atender às necessidades da tecnologia.
Esse anúncio segue um acordo da Amazon para um data center movido a energia nuclear, e mais contratos desse tipo estão sendo negociados. Segundo estimativas do Goldman Sachs, o uso de energia dos data centers nos EUA deve triplicar até 2030, exigindo 47 gigawatts de nova capacidade.
Embora a energia nuclear ofereça uma solução, a implementação de um plano como o da Microsoft pode ser complicada. Kate Fowler, da Marsh, afirmou que “ninguém fez isso antes”, sugerindo que desafios inesperados podem surgir.
Leia mais:
5 dicas para se proteger ao usar ChatGPT, Google Gemini e outras IAs
IA do Google cria podcast com base no que você escreve
Veja as vantagens de usar o Gemini em vez do Google Assistente no seu celular
Obstáculos regulatórios da Three Mile Island
O reator da Unidade 1, que funcionou por décadas antes de ser fechado, deverá ser reiniciado até 2028, com um investimento de US$ 1,6 bilhão.
Contudo, as licenças necessárias para essa reinicialização ainda não foram solicitadas, e obter essas permissões pode ser difícil, especialmente devido à memória do acidente de 1979.
Além disso, a Constellation pode enfrentar problemas ao reativar equipamentos que estão inativos há cinco anos.
A usina também precisará de licenças adicionais relacionadas à água, que serão cuidadosamente avaliadas quanto a seus impactos ambientais.
Questões mais amplas, como restrições às importações de urânio após a invasão da Ucrânia pela Rússia, também podem complicar novos projetos nucleares. A Comissão Reguladora Nuclear dos EUA (NRC) já enfrenta uma alta demanda de licenciamento, e mesmo com novas leis para acelerar o processo, os recursos da NRC podem ser desafiados.
O projeto da Amazon também enfrenta questões financeiras, com preocupações sobre o aumento dos custos de energia para os consumidores devido à competição por suprimentos da rede.
A reinicialização de Three Mile Island representará um teste significativo da aceitação pública da energia nuclear.
Sola Talabi, especialista em energia, acredita que a Constellation poderá resolver problemas técnicos em quatro anos, mas enfatizou a importância de envolver a comunidade local para garantir suporte ao projeto.
O post Microsoft não terá a usina Three Mile Island ao seu dispor tão cedo apareceu primeiro em Olhar Digital.
Deixe um comentário