Metrô em San Francisco vai gastar US$ 212 milhões para aposentar disquetes

Disquetes de 5,25 polegadas — os maiores na foto (imagem: Photo.Ski/Flickr)

Quem vê os trens do Muni Metro, sistema de veículos leves sobre trilhos de San Francisco, nos Estados Unidos, nem imagina que a operação requer o uso de disquetes de 5,25 polegadas. Isso finalmente vai mudar, mas a um custo considerável: US$ 212 milhões, montante equivalente a R$ 1,2 bilhão.

O Muni Metro utiliza um Sistema de Controle Automático de Trens (ATCS, na sigla em inglês) implementado em 1998. Esse sistema requer três disquetes de 5,25 polegadas (ou 5¼ polegadas) para carregar um software desenvolvido para DOS.

Isso é perigoso. Apesar de o sistema ser funcional, um erro de leitura ou até danos em um disco (o que não é difícil de acontecer em disquetes) podem comprometer toda a operação dos trens. Sem contar que a manutenção desse sistema só pode ser feita por desenvolvedores que dominam linguagens de programação mais antigas.

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O ATCS do Muni Metro foi desenvolvido para durar até 25 anos. Ele deveria ter sido descontinuado em 2023, portanto. De fato, a Agência Municipal de Transporte de São Francisco (SFMTA) tinha planos de trocar esse sistema por um mais moderno a partir de 2018. Mas a pandemia de COVID-19 paralisou esse plano.

Um sistema de US$ 212 milhões vem aí

O plano de trocar o sistema por um mais moderno foi retomado, oficialmente, em 15 de outubro. Na data, a SFMTA aprovou um contrato com a Hitachi Rail para implementar um sistema de controle de trens mais moderno, do tipo CBTC (sigla em inglês para Controle de Trens Baseado em Comunicação).

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Além de ser baseado em tecnologias mais confiáveis, o novo sistema deve otimizar o tráfego de trens de modo a coibir atrasos e, quando necessário, diminuir o intervalo entre as composições.

O custo para substituir os disquetes é alto: US$ 212 milhões. Mas esse valor inclui a implementação do sistema e serviços de suporte por parte da Hitachi Rail durante um período que pode chegar a 25 anos.

Trem do Muni Metro (imagem: reprodução/Wikimedia)

Na verdade, o gasto total da SFMTA com a modernização do sistema pode alcançar US$ 700 milhões (quase R$ 4 bilhões). Isso porque a agência também precisa trocar cabos e equipamentos de comunicação que atuam no controle dos trens.

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A modernização deve envolver até o uso de redes Wi-Fi e de telefonia celular para rastreamento das composições. Mas esse é um trabalho de prazo relativamente longo. O plano é finalizar a implementação do novo sistema até 2028.

Que conste que o caso do Muni Metro não é isolado. Vale lembrar que, neste ano, o Japão celebrou o fim do uso de disquetes em repartições públicas.

O uso de tecnologias obsoletas também é assunto do Tecnocast 359, episódio publicado nesta semana.

Com informações: Ars Technica, San Francisco Chronicle

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