IPCA, debate entre Kamala e Trump, discursos do Fed e importações da China: o que move o mercado

Os mercados internacionais operam mistos na manhã desta terça-feira, 10. Nos Estados Unidos, às vésperas de mais dados de inflação, os índices futuros recuam. Na Europa, investidores aguardam a decisão do Banco Central Europeu (BCE) na quinta-feira, 12, e também operam com cautela, puxando os índices para baixo. Na Ásia, o mercado repercutiu dados mistos da China e as bolsas fecharam majoritariamente em alta.

IPCA

Na agenda de indicadores, o destaque é para a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) às 9h.

As expectativas para o índice são altas e podem dar insumos para a tese cada vez mais forte de que o Comitê de Política Monetária (Copom) deverá aumentar a taxa de juros na próxima semana.

Ontem, o Boletim Focus do Banco Central (BC) revisou significativamente a Selic de 2024 para cima, indo do atual patamar de 10,50% para 11,25%. Isso significa que o BC espera pressões inflacionárias mais fortes até o final do ano, implicando na necessidade de um aperto monetário.

A expectativa é que o IPCA apresente estabilidade na comparação mensal, e um avanço anual de 3,50%.

Debate entre Kamala e Trump

De olho na política internacional, investidores acompanham o tão aguardado debate entre os candidatos à presidência dos Estados Unidos, a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump.

O evento está marcado para hoje, 22h, e acontece em um momento crucial da campanha, com pesquisas recentes mostrando uma queda na vantagem de Harris na disputa pela presidência. Por conta disso, a atual vice-presidente enfrenta uma grande expectativa para se destacar no debate.

Este será o primeiro confronto direto entre Harris e Trump, e pode ser o único, já que nenhum outro debate foi confirmado até as eleições de novembro.

Discursos do Fed

O mercado também acompanha hoje falas de autoridades do Federal Reserve (Fed, banco central americano). Às 11h, o vice-presidente de supervisão do Fed, Michael Barr, fala em evento. Já às 13h15, a diretora do Fed, Michelle Bowman discursa.

Investidores buscam sinais sobre a próxima decisão sobre a política monetária. Após a divulgação de uma taxa de desemprego ligeiramente menor do que o esperado e um salário maior, o mercado aumentou suas apostas para um corte de 0,25 pontos percentuais (p.p.) na reunião do dia 18 de setembro.

Entretanto, dados do payroll, relatório de empregos do setor privado não-agrícola, aquém do esperado, assim como do relatório Jolts e ADP, ainda geram dúvidas sobre a magnitude do corte.

Importações na China

Novos dados da China também podem movimentar o mercado nesta terça-feira. Segundo a Administração Geral de Alfândegas, o país superou as expectativas de exportações em agosto, que subiram 8,7% ante as projeções de 7%.

Entretanto, as importações reduziram seu ritmo. O dado mostrou uma alta anualizada de 0,5% em agosto, muito abaixo da previsão de 1,9%. O resultado final foi um superávit comercial de US$ 91,02 bilhões, acima do esperado de US$ 82,1 bilhões.

A demanda fraca da China preocupa investidores, principalmente na questão do minério de ferro, já que o país é o maior consumidor da commodity.

Além disso, a deflação que vem afetando a China desde o ano passado está dando indícios de uma piora contínua, o que pode agravar ainda mais as perspectivas para a segunda maior economia global e gerar apreensão entre os investidores.

O risco para a China é que a deflação pode virar uma bola de neve, levando as famílias, que ainda se recuperam da queda nos salários, a reduzir seus gastos ou postergar compras, acreditando que os preços continuarão a cair.

Para alguns, é necessário que Pequim adote medidas políticas mais eficazes para enfrentar o problema.

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