Mais de 33.000 trabalhadores da Boeing em greve votarão, nesta segunda-feira, 4 de novembro, sobre um novo projeto de acordo coletivo com um aumento salarial próximo ao que desejam, mas sem o antigo mecanismo de aposentadoria que também reivindicam.
O projeto, anunciado na noite de quinta-feira pela filial IAM-District 751 do sindicato de maquinistas IAM, na região de Seattle, noroeste dos Estados Unidos, é o terceiro a ser submetido à consideração dos funcionários, em negociações que se estendem desde maio.
A proposta de aumento salarial é de 38% em quatro anos, frente aos 40% pedidos pelo sindicato. A greve se estende desde o dia 13 de setembro.
“Acho que a Boeing pode fazer mais. Eles podem nos devolver nossa aposentadoria e fazer mais para equilibrar o trabalho e a vida pessoal”, comentou Mike Corsetti, inspetor de qualidade na Boeing há 13 anos, antes do fim de semana.
O dispositivo de aposentadoria anterior garantia um valor fixo para as pensões. Cerca de 42% dos trabalhadores sindicalizados ainda estão inscritos nesse mecanismo, que foi suprimido para muitos funcionários em 2014 e substituído por um sistema de capitalização que, portanto, gera uma renda que pode variar.
A Boeing considera essa reversão, pedida pelos trabalhadores, “excessivamente cara”.
O acordo precisa de uma maioria simples para ser aprovado. A votação deve ser concluída na terça-feira, às 3h GMT (0h no horário de Brasília).
A Boeing enfrenta dificuldades financeiras. A greve paralisa as fábricas que produzem os modelos 737, seu principal avião, assim como o 777 eo 767.
O gigante aeronáutico acaba de divulgar sua pior perda trimestral em quatro anos e espera reduzir sua força de trabalho em 10% em todo o mundo nos próximos meses, o que representa cerca de 17.000 pessoas.
Na semana passada, anunciou um aumento de capital por meio de emissão de ações e outros títulos, no valor de US$ 21 bilhões (R$ 121 bilhões, na cotação atual).
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