Israel realizou nesta sexta-feira um ataque em Beirute, capital do Líbano, atingindo um reduto do grupo Hezbollah, deixando ao menos 12 mortos e 59 feridos.
O bombardeio ocorreu durante um encontro do “conselho de guerra” do grupo xiita libanês, um dia após o líder do movimento, Hassan Nasrallah, prometer retaliação a Israel após os ataques em massa contra dispositivos de comunicação do grupo, que deixaram 37 mortos e mais de 3 mil feridos nesta semana.
A ofensiva também foi feita pouco depois de o Hezbollah ter disparado 150 foguetes contra o norte de Israel — ação que, por sua vez, foi tomada um dia após as forças israelenses executarem o maior ataque aéreo contra posições do grupo em solo libanês desde o começo da guerra em Gaza, há 11 meses.
Grande parte dos artefatos libaneses foram detonados ainda no ar pelo sistema de defesa aérea israelense.
Saiba quais são e como funcionam:
Domo de Ferro
Talvez o mais conhecido sistema de defesa de Israel, o Domo de Ferro foi projetado para deter em pleno ar mísseis que adentrem o território israelense. Os dispositivos inimigos são detectados por meio de um radar, e o sistema rapidamente calcula se o foguete deve cair em uma área habitada ou atingir uma infraestrutura importante. Caso represente uma ameaça, mísseis são disparados para atingir o artefato inimigo. Seu alcance é de até 70 km.
Altamente eficaz, com uma taxa de sucesso acima de 90% na interceptação de foguetes, o sistema também tem como característica ser móvel, podendo ser reposicionado rapidamente, o que o torna uma ferramenta flexível para a defesa do espaço aéreo. Adicionalmente, suas baterias com os mísseis interceptores podem ser instaladas em outros veículos militares.
C-Dome
O C-Dome é a versão naval do Domo de Ferro e utiliza os mesmos interceptores. Apresentado pela primeira vez em 2014, foi declarado operacional em novembro de 2022 e foi aclamado na época como um “marco importante”. Ao contrário do Domo de Ferro, que possui seu próprio radar exclusivo, o C-Dome, segundo seu desenvolvedor, uma empresa estatal de tecnologia de defesa, está integrado ao radar do navio para detectar alvos entrantes.
“O C-Dome garante proteção abrangente para as embarcações e uma alta probabilidade de acerto contra um amplo espectro de ameaças modernas: marítimas e costeiras”, diz a empresa, chamada Rafael Advanced Defense Systems, em seu site. Consiste em três componentes: interceptores TAMIR, uma unidade modular de lançamento vertical (VLU) e um componente de comando e controle (C2). Ao utilizar o radar de vigilância do navio para detectar e rastrear ameaças, a necessidade de um radar dedicado é eliminada.
Arrow 2 e 3
Esse sistema antimísseis foi desenvolvido em cooperação com os Estados Unidos com o objetivo de interceptar mísseis de médio e longo alcance. O Arrow 3 não revida ataques de aeronaves militares ou lançadores de artilharia, mas sim os mísseis que voam mais alto, sendo capaz de derrubá-los no espaço, em uma altitude que destruiria qualquer ogiva bélica não convencional com segurança. O alcance estimado do Arrow 3 é de aproximadamente 2.400 km ou mais, dependendo do alvo e da trajetória do míssil. Já o Arrow 2 tem um alcance de cerca de 90 km a 150 km.
Em operação desde 2000, o programa de desenvolvimento dos sistema Arrow é estimado em mais de US$ 2 bilhões. O sistema é desenvolvido e fabricado pela Israel Aerospace Industries (IAI) em colaboração com a fabricante de aeronaves americana Boeing. Seu alcance é muito superior ao do sistema americano de defesa antiaérea Patriot e ao do sistema IRIS-T.
David’s Sling
Esse é um sistema de defesa antimísseis desenvolvido por Israel para interceptar mísseis de médio e longo alcance (até 300 km), além de foguetes pesados e mísseis balísticos táticos, complementando a atuação do Domo de Ferro e o sistema Arrow.
O sistema usa um míssil interceptador chamado Stunner, que tem tecnologia avançada para detectar e destruir ameaças com grande precisão. O Stunner é um míssil de dois estágios, isto é, ele pode mudar de curso durante o voo, tornando-o mais eficaz contra alvos que manobram.
Também foi desenvolvido em uma parceria entre a empresa israelense Rafael Advanced Defense Systems e a empresa americana Raytheon.
Iron Beam
O Iron Beam é um sistema de defesa a laser em desenvolvimento por Israel para interceptar e destruir ameaças aéreas, como foguetes, mísseis de curto alcance, drones e morteiros. Ele utiliza um laser de alta energia em vez de mísseis tradicionais para neutralizar tais ameaças, sendo uma alternativa muito mais econômica e eficaz para a defesa aérea de curto alcance.
Como o sistema é baseado em lasers, ele é praticamente invisível, e os ataques não geram ruídos ou explosões visíveis. O sistema também foi desenvolvido pela empresa israelense Rafael Advanced Defense Systems e vem sendo testado desde meados de 2010.
Um feixe de laser do sistema, diz o governo israelense, tem o diâmetro de uma moeda e é “incrivelmente preciso”, superando os efeitos de distorção do vento e da temperatura atmosférica.
Sistema Patriot
O Sistema Patriot é um sistema de defesa aérea de longo alcance desenvolvido pelos Estados Unidos, amplamente utilizado para interceptar mísseis balísticos táticos, mísseis de cruzeiro e aeronaves inimigas, sendo o equipamento mais antigo do sistema de defesa antimísseis de Israel. Montados em caminhões, para serem transportados facilmente, cada sistema é capaz de conter quatro interceptadores de mísseis. Nos círculos militares, eles são vistos como um cobertor de segurança, destinado a proteger uma população, tropas ou até edifícios de ataques.
Os mísseis Patriot tornaram-se conhecidos a partir da guerra do Golfo Pérsico em 1991, quando uma série deles derrubou diversos mísseis Scud iraquianos em defesa de Israel. Ele é capaz de detectar, rastrear e identificar alvos em distâncias de até 160 km.
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