CrowdStrike pede desculpas por apagão cibernético: “decepcionamos nossos clientes”

A empresa de cibersegurança CrowdStrike adotou novas regras para evitar a repetição de um apagão global em sistemas de tecnologia da informação. O problema histórico de 19 de julho afetou mais de 8,5 milhões de dispositivos conectados a serviços bancários, aeroportuários e de saúde em parte da Europa, Oceania, Estados Unidos, Índia, Singapura e Hong Kong. 

Uma investigação interna apontou que uma atualização na plataforma de segurança Falcon foi responsável por gerar a crise. A ferramenta é amplamente usada pela Microsoft para o armazenamento de dados de empresas na nuvem. Com a interrupção na Falcon, serviços ligados à Microsoft travaram, exibindo a temida “tela azul da morte”.

Segundo o executivo sênior da companhia Adam Meyers, a CrowdStrike implementou novas verificações de validação, aprimorou procedimentos de teste, incluiu controles adicionais para clientes e ampliou as verificações de tempo de execução e análises de terceiros. Por dia, a empresa realiza de 10 a 12 atualizações em softwares usados globalmente.

Adam Meyers testemunhou em comitê criado para apurar falha na CrowdStrike / Foto: Reprodução/US Congress

“Decepcionamos nossos clientes. Em nome de todos na CrowdStrike, quero pedir desculpas. Lamentamos profundamente e estamos determinados a evitar que isso aconteça novamente”, disse Meyers

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Ele testemunhou por mais de uma hora em um subcomitê criado no Congresso dos Estados Unidos para apurar as circunstâncias do apagão cibernético. Deputados questionaram se a inteligência artificial da companhia poderia ter sabotado a atualização da Falcon, mas o executivo garantiu que a tecnologia não tem esse poder.

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Além da pressão política, a CrowdStrike tem enfrentado diversos processos na esfera judicial: a companhia aérea Delta, por exemplo, cobra o pagamento de U$ 500 milhões (R$ 2,7 bilhões) por prejuízos com cancelamentos de voos no dia do apagão.

Apagão derrubou sistemas ligados a serviço de nuvem da Microsoft / Imagem: Lea Rae/Shutterstock

Nova plataforma para evitar danos no futuro

A crise histórica mobilizou a Microsoft a se reunir com representantes de empresas de segurança e autoridades governamentais para discutir a criação de uma nova plataforma que reduza falhas generalizadas. 

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A principal ideia é criar soluções de segurança fora do sistema kernel, que faz a ponte entre o software e o hardware, controlando processos, memória, dispositivos e chamadas. Isso traria maior autonomia para a Microsoft, mas, ao mesmo tempo, restringiria o acesso de concorrentes, segundo o site The Verge.

Não há prazo para que a nova plataforma seja lançada, caso o projeto avance. 

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