Após desaparecer por alguns dias enquanto estava mergulhado no brilho do Sol, o cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) – apelidado de “Cometa do Século” – voltou a aparecer nos céus na quinta-feira (10). Neste sábado (12), ele está passando pelo perigeu (ponto de sua órbita mais próximo da Terra).
Sobre o nome do “Cometa do Século”:
A letra “C” indica que é um cometa não periódico, ou seja, ele se origina na Nuvem de Oort e pode passar pelo Sistema Solar apenas uma vez ou demorar milhares de anos para retornar;
A designação “2023 A3” revela que foi o terceiro objeto desse tipo descoberto na primeira quinzena de janeiro de 2023, enquanto o sufixo Tsuchinshan-ATLAS faz referência às instituições envolvidas na sua descoberta;
O apelido “do Século” é controverso, já que há especialistas que não acreditam que seu brilho vai superar o do cometa McNaught, que passou em 2007 com magnitude de -5.5;
Atualmente, sua magnitude é de 0.4;
Lembrando que quanto mais brilhante um corpo parece, menor é o valor de sua magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o objeto mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.
Registro do cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) feito em Santa Catarina. Crédito: Gabriel Zaparolli
De acordo com o guia de observação InTheSky.org, a distância entre o cometa, que está na constelação de Virgem, e a Terra neste fim de semana é de 0,46 Unidades Astronômicas (UA), o que equivale a cerca de 70 milhões de quilômetros.
Quando o cometa poderá ser visto novamente no Brasil
No Brasil, o objeto não será observável nem no perigeu nem nos próximos dias, pois ainda estará muito perto do Sol. Ele deve começar a ser visto no sábado (19), na constelação de Ophiuchus, o Serpentário, por volta das 19h (pelo horário de Brasília), 20º acima do horizonte a leste.
De acordo com a plataforma Starwalk.space, a cauda do cometa já tem 21° de comprimento, o que equivale a cerca de 42 vezes o tamanho do disco da lua cheia.
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Após passar pelo Sol a uma distância semelhante à órbita de Mercúrio, a coma de poeira e gelo do C/2023 A3 aqueceu consideravelmente. À medida que as partículas de gelo se evaporam, elas escapam rapidamente para o espaço, levando uma grande quantidade de poeira que se estenderá em uma cauda longa e brilhante. “A história mostra que cometas que passam perto do Sol têm as caudas mais impressionantes, formadas logo após serem “assados” pelo calor do astro, e este é o caso do cometa C/2023 A3”, diz o guia.
As previsões de observação do cometa dizem que:
Entre 13 e 14 de outubro, a magnitude do corpo celeste subirá de -1.0 para 1.0, o que significa perda de brilho, mas como ele estará se distanciando do Sol, será mais fácil de vê-lo (no Hemisfério Norte do planeta), inclusive a olho nu;
De 15 a 19 de outubro, ele atinge a magnitude de 4.5, e pode produzir uma anti-cauda –uma faixa brilhante que parece estar apontando em direção ao Sol, oposta à outra cauda;
Já entre 20 e 31 de outubro, sua magnitude vai de 4.5 para 7.0, quando estará visível para o Hemisfério Sul com binóculos e telescópios. Durante esses dias, a cauda do cometa começará a crescer rapidamente, possivelmente alcançando até 20° de comprimento (cerca de 40 vezes o tamanho da lua cheia) em céus escuros;
Em novembro, o cometa deve chegar a 8 de magnitude, já bem fraco.
Para saber os melhores momentos de visualização do cometa em sua cidade e como localizá-lo no céu, recomenda-se o uso de um aplicativo de observação, como Stellarium, Star Walk, Star Chart, Sky Safari ou SkyView.
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