A mudança na negociação dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro, a partir de 2025, vai proporcionar diversas opções de assistir aos jogos pelos fãs do esporte. Com os novos acordos, a principal competição do país já conta com quatro veículos diferentes para exibições na próxima temporada: Globo (Libra), CazeTV (LFU), Record (LFU) e Prime Video (LFU), essa última em anúncio exclusivo à EXAME, feito nesta semana.
Na Série A, os times da LFU correspondem a Athletico Paranaense, Atlético-GO, Botafogo, Corinthians, Criciúma, Cruzeiro, Cuiabá, Fluminense, Fortaleza, Internacional, Juventude e Vasco. Os números podem sofrer alterações em caso dos rebaixamentos e acessos da Série B para a próxima temporada. Já as equipes correspondentes a Libra são Flamengo, Palmeiras, São Paulo, Atlético-MG, Grêmio, Bahia, Vitória e Red Bull Bragantino.
“A ascensão dos streamings representa uma verdadeira revolução na forma como o esporte é transmitido e consumido. O impacto é visível na maneira como fãs, atletas e profissionais da área se conectam e interagem neste novo cenário digital. Essa maneira de ver o esporte criou novas oportunidades para engajamento, redefinindo a experiência esportiva como uma virada de chave que estabelece um novo padrão para as transmissões”, aponta Fábio Wolff, diretor da Wolff Sports e Marketing, agência que lida com patrocínios no futebol brasileiro.
A ideia inicial era que LFU e Libra formassem um grupo único, que negociassem juntos sobre os direitos de transmissão, mas divergências comerciais ao longo dos últimos dois anos, quando os grupos começaram a se formar, provocaram o rompimento, fazendo com que cada clube fizessem seus acordos individualmente com cada bloco.
“A distribuição dos direitos de transmissão tem sido cada vez mais diversa a partir da entrada de plataformas de streaming como a Amazon no mercado. O fato da modalidade passar por um momento de readequação com a chegada das SAFs e o intuito de se formar ligas também impactam nesta pauta, uma vez que os clubes estão analisando diversas variáveis oferecidas, especialmente as financeiras. Enxergo como positiva essa concorrência, pois é sinal que há uma valorização do produto e isso acaba proporcionando uma democratização maior desta distribuição”, analisa Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo, que faz a captação de contratos entre marcas envolvendo profissionais do esporte.
Até o momento, as partidas serão transmitidas da seguinte maneira:
Libra e Globo: A Globo vai ter exclusividade na exibição dos jogos dos clubes deste boco em todas as plataformas, incluindo TV aberta, TV fechada, streaming e Premiere, por cinco anos de contrato, entre 2025 e 2029. O valor total é de mais de R$ 6 bilhões.
LFU e Record e CazéTV: A negociação entre as partes proporcionou um pacote de 38 jogos compartilhados entre Record (TV aberta) e CazéTV (YouTube).
LFU e Amazon Prime Video: A plataforma terá um jogo exclusivo por rodada do Brasileirão, totalizando 190 partidas ao vivo sem custo extra para os assinantes. Assim como a Globo, o acordo é válido por cinco temporadas, entre 2025 e 2029.
Para Edmar Bulla, fundador do Grupo Croma de design de inovação e futuros, com especialização em Marketing Digital por Harvard, Neurociência e Comportamento pela PUC e Psicanálise pelo IBPW, essa variedade de plataformas amplia o alcance do futebol e reforça a acessibilidade.
“As transmissões podem adaptar linguagem e regionalismos, o que aproxima os diferentes públicos, enquanto recursos tecnológicos permitem legendas ao vivo, narração descritiva e acessos gratuitos, como a CazeTV no YouTube. Isso democratiza o acesso e representa mais pessoas na tela, tornando o Brasileirão mais inclusivo e conectado à diversidade”, complementa Wolff.
Segundo o especialista, a negociação em blocos dos direitos de transmissão do Brasileirão cria uma concorrência entre plataformas, o que incentiva naturalmente o investimento em novas tecnologias
“Isso significa que os torcedores não vão só assistir ao jogo, mas poderão escolher ângulos de câmera, acompanhar dados em tempo real e explorar gráficos táticos. Com a chegada da TV 3.0, a experiência será ainda mais personalizada, colocando o torcedor no controle de como quer acompanhar o jogo. Essa competição entre plataformas eleva o nível das transmissões e enriquece a experiência para o fã”, finaliza.
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