Cientistas da NASA identificaram mais um efeito das mudanças climáticas. Eles detectaram picos de temperatura acima da Antártida durante o mês de julho, representando o aquecimento mais precoce da estratosfera já registrado.
Temperaturas recuaram, mas voltaram a aumentar dias depois
A estratosfera, região que se estende de cerca de 10 até 50 quilômetros acima da superfície da Terra, vem sendo monitorado há anos durante o inverno do Hemisfério Sul.
Normalmente, a temperatura na estratosfera média, cerca de 30 quilômetros acima da superfície, é de aproximadamente – 80ºC.
No entanto, em 7 de julho deste ano, os termômetros marcaram 15ºC.
Segundo os pesquisadores da NASA, o aquecimento é “incomum” e “surpreendente”, sendo a primeira vez que o fenômeno é observado desde o início das medições, há 44 anos.
As altas temperaturas persistiram por duas semanas, antes de voltarem a cair em 22 de julho.
No dia 5 de agosto, no entanto, os termômetros voltaram a registrar picos de calor.
Dessa vez, a estratosfera chegou a 17ºC.
Esse pico estabeleceu um novo recorde de temperatura mais quente detectada na estratosfera acima da Antártida neste período do ano.
As informações são do Space.com.
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Aquecimento da região é incomum
No inverno, a estratosfera é dominada por ventos de oeste que circundam o Polo Sul a cerca de 300 km/h. Comumente conhecido como vórtice polar, o fluxo em torno dos polos é normalmente simétrico. A
No entanto, às vezes, há uma interrupção e, quando os ventos enfraquecem, a forma do fluxo é alterada. Quando o vórtice polar se torna mais esticado, os ventos diminuem, levando a um aquecimento significativo na estratosfera sobre a região antártica.
O vórtice polar do Hemisfério Sul normalmente permanece menos ativo do que sua contraparte ártica. Eventos repentinos de aquecimento acontecem na Antártida uma vez a cada cinco anos ou mais, com muito menos frequência do que no Ártico.
Isso provavelmente ocorre porque o Hemisfério Norte tem mais terra, o que pode interromper o fluxo de vento na troposfera, a camada atmosférica inferior perto do solo. Sistemas climáticos de grande escala que se desenvolvem na troposfera e progridem para a estratosfera podem afetar o vórtice polar.
Segundo os pesquisadores, o aquecimento repentino da estratosfera não tem necessariamente uma conexão clara com o clima. Eles explicam que variações nas temperaturas da superfície do mar e no gelo marinho podem perturbar esses sistemas climáticos de grande escala.
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