HELSINQUE – “Se você não tem alto nível de acabamento e um design excelente, você não se destaca”. A frase é de Dylan Field, CEO do Figma, que esteve no Slush 2024, conferência global de tecnologia realizada em Helsinque, na Finlândia.
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Em sua passagem por um dos palcos do evento, Field reforçou a visão de que o design será o principal fator para empresas se destacarem no mercado digital. Ele argumentou que, na era da inteligência artificial (IA), o design é o diferencial estratégico que define o sucesso ou o fracasso de um produto.
Nesse cenário, o papel do Figma, empresa que hoje incomoda gigantes como Adobe na área de criação digital, não é apenas fornecer ferramentas, mas capacitar seus usuários a trazerem qualidade e refinamento excepcionais a suas ideias.
Segundo ele, o foco está em criar soluções que apoiem as equipes ao longo de todo o ciclo de desenvolvimento, desde a concepção até a implementação, eliminando barreiras entre as fases de um projeto.
IA como ponte entre abstrações
Um dos pontos centrais da fala de Field foi como a IA pode ajudar na tradução de abstrações ao longo do processo de construção de produtos. Ele detalhou como as ferramentas do Figma – incluindo o FigJam que permite que vários designer façam um trabalho ao mesmo tempo, o Figma Design para prototipação e o Dev Mode para a transição do design para código – estão se integrando para criar um fluxo contínuo.
Com os avanços em IA, agora é possível, por exemplo, converter automaticamente um arquivo do FigJam em uma apresentação ou em componentes prontos para desenvolvimento.
Field destacou que um dos maiores desafios no desenvolvimento de software é manter consistência e evitar redundâncias.
“Você não quer novo código o tempo todo. O princípio fundamental da engenharia é não se repetir”, disse. A IA, segundo ele, pode ser uma aliada importante nesse ponto, ajudando a traduzir o design em código diretamente alinhado às bases existentes, reduzindo retrabalho e aumentando a eficiência das equipes.
Field também mencionou outras ferramentas emergentes, como o Cursor, que combinam IA e desenvolvimento, mas que, segundo ele, ainda não são robustas o suficiente para atender às demandas completas de criação de produtos digitais.
Ele reconheceu o potencial de equipes inovadoras no setor, mas deixou claro que o Figma busca ir além: sua visão é oferecer soluções que não apenas conectem abstrações, mas também garantam a excelência no resultado final.
(O repórter viajou a convite da Business Finland)
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