As ações da Embraer (EMBR3) operavam em queda de 4,72% na manhã desta segunda-feira, 16, após a companhia anunciar, por meio de fato relevante, que a Boeing pagará US$ 150 milhões à fabricante brasileira em um acordo que encerra os procedimentos de arbitragem entre as duas empresas.
O acordo refere-se a uma ação movida pela Embraer em abril de 2020, após a Boeing rescindir um acordo para a criação conjunta de uma empresa no setor de aviação comercial. Na época, a Boeing desistiu do acordo com a Embraer para a compra da operação de aviação comercial da empresa brasileira – um negócio avaliado em US$ 5,2 bilhões.
Acordo ‘agridoce’
Para os analistas do BTG Pactual (mesmo grupo controlador da Exame), o acordo firmado é melhor do que nenhum. No entanto, o valor de US$ 150 milhões ficou um pouco abaixo das expectativas, que variavam entre US$ 200 milhões e US$ 300 milhões.
“Apesar dos desafios enfrentados pela Boeing nos últimos anos, chegar a uma resolução e concordar com um pagamento significativo é positivo. Contudo, o pagamento anunciado está aquém da faixa esperada, o que pode decepcionar alguns investidores”, disseram os analistas.
Em relatório, os analistas do banco também destacaram que o sigilo da arbitragem deixou o mercado com dúvidas e informações limitadas sobre o potencial de reembolso, levando à expectativa de até US$ 300 milhões.
Apesar disso, o BTG mantém otimismo com a Embraer, considerando o momento favorável de lucros, o caminho claro para a desalavancagem e a possível retomada dos pagamentos de dividendos no próximo ano. O banco recomenda compra, com preço-alvo de US$ 39.
Em nota enviada à EXAME Invest, a Boeing afirmou que está satisfeita por ter concluído o processo de arbitragem com a Embraer. “De forma mais ampla, temos orgulho de nossos mais de 90 anos de parceria com o Brasil e esperamos continuar contribuindo para a indústria aeroespacial brasileira.”
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