*Por Prof. Dr. Edson Grandisoli, embaixador e coordenador do Movimento Circular
A reciclagem é uma prática que tem ganhado cada vez mais espaço e importância na vida das pessoas. Ela pode ser considerada essencial nos dias atuais, pois colabora com a redução da exploração de recursos naturais (em especial os não renováveis), diminui a quantidade de resíduos enviados para aterros sanitários, reduz as emissões de gases de efeito estufa associadas à geração de resíduos, além de criar novos mercados e novas oportunidades de atuação profissional para milhares de pessoas.
No entanto, apesar de parecer uma ideia simples, reciclar depende de uma estrutura bastante complexa que está ligada à atuação dos governos, empresas, cooperativas e população. Cada um deve fazer sua parte para que cada vez mais materiais possam ser efetivamente reciclados. E essa articulação nem sempre é simples de acontecer.
Além disso, nem todo material coletado seletivamente é reciclado. Isso pode ocorrer por uma série de fatores, como a contaminação dos resíduos ou a falta de infraestrutura adequada para processar certos tipos de materiais em determinadas regiões. A eficácia da coleta seletiva depende da atuação da população e da existência e eficiência dos sistemas de triagem e processamento.
Esse trabalho coordenado em equipe é fundamental e, por isso, quando falamos em reciclagem e economia circular, deve-se destacar o papel da corresponsabilização dos diferentes setores das sociedades.
Cada material reciclável, como plástico, vidro, metal, papel e papelão, pode ser processado e utilizado na fabricação do mesmo ou outros produtos. O vidro, por exemplo, é triturado e fundido para criar novos frascos e garrafas. O plástico pode ser reciclado em novos objetos, como garrafas, sacolas ou até peças de vestuário. Já o alumínio é transformado em novas latas ou outros produtos de metal.
O processo de reciclagem geralmente envolve algumas etapas principais: a coleta dos materiais, a triagem, a limpeza, e, por fim, o processamento, que varia de acordo com o material. Esse processamento pode incluir a fundição (para metais e vidro), a trituração (para plástico e papel), e outros métodos específicos.
De novo, vale reforçar que a participação da população é vital nesse ciclo virtuoso. Para que a coleta seletiva ocorra de forma eficaz, é importante separar os resíduos adequadamente em casa ou no trabalho, dividindo-os em orgânicos (que podem ser compostados), recicláveis (papel, plástico, vidro e metal) e rejeitos (aquilo que não pode ser reciclado). Além disso, os materiais recicláveis estejam minimamente limpos, para colaborar com o trabalho de quem realiza a separação nas esteiras de triagem em cooperativas e reduzir o risco de contaminação, o que pode inviabilizar a reciclagem.
Infelizmente, a grande maior parte do lixo orgânico não é coletado de forma seletiva, e acaba ganhando os aterros sanitários. Vale lembrar que quase metade do lixo doméstico é formado por resíduos orgânicos. Em alguns aterros, entretanto, já existe a possibilidade de captar o gás metano originado da decomposição dos alimentos e queimá-lo para obter energia. Já o lixo reciclável que não é separado ou coletado corretamente também vai para os aterros ou é, em alguns países, incinerado, o que representa uma perda de materiais que poderiam ser aproveitados.
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Apesar de todas essas importantes alternativas, deve-se ter a visão de que, talvez o mais importante, seja evitar que os resíduos sejam gerados em primeiro lugar. A não-geração é um grande desafio e depende da mudança de cultura e forma como fazemos as coisas no dia a dia. E você, está pronto para mudar e gerar menos resíduos no seu dia a dia?
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