A Uber (UBER) registrou um lucro mais fraco do que o esperado no quarto trimestre, ofuscando o crescimento consistente das suas reservas brutas. Os resultados foram divulgados na quarta-feira, levando a uma queda de 3% no valor das ações no pré-mercado.
O lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de US$ 1,84 bilhão, apenas um pouco abaixo da previsão de US$ 1,85 bilhão de analistas ouvidos pela Bloomberg. Mas o maior impacto veio no lucro operacional, que ficou em US$ 770 milhões, bem abaixo dos US$ 1,2 bilhão projetados.
O CEO Dara Khosrowshahi explicou que questões legais e regulatórias afetaram os ganhos operacionais, apesar de um “forte desempenho” da empresa. As reservas brutas — que englobam corridas, pedidos de delivery e ganhos de motoristas e comerciantes, mas não gorjetas—cresceram 18%, totalizando US$ 44,2 bilhões no último trimestre de 2024. Para o primeiro trimestre de 2025, a Uber projeta um intervalo entre US$ 42 bilhões e US$ 43,5 bilhões.
Após a divulgação dos resultados, as ações da empresa caíam mais de 7% no pré-mercado.
Seguros impactam demanda nos EUA
Nos Estados Unidos, a Uber enfrenta desafios com o aumento dos custos de seguro, que têm afetado a demanda por corridas. A empresa afirma que foi forçada a repassar esses custos para os consumidores em mercados como Nova Jersey, Califórnia e Flórida.
Khosrowshahi declarou que irá pressionar por reformas no setor de seguros para conter os preços. Além disso, a Uber moveu um processo contra escritórios de advocacia e clínicas em Nova York, alegando que essas entidades encenavam acidentes de trânsito para fraudar seguros.
Apesar desses desafios, a Uber informou que está conseguindo frear os aumentos dos preços dos seguros por meio de inovações tecnológicas e lobby político. No entanto, os preços do UberX devem continuar subindo “marginalmente” em 2025.
Expansão e novas apostas
A Uber vem investindo em novas fontes de receita para diversificar seus negócios. Algumas das principais iniciativas incluem:
- Novas opções de transporte: lançamento de shuttle rides (transporte compartilhado) em Nova York e corridas coletivas em aeroportos.
- Assinatura mensal: desenvolvimento de um passe de US$ 2,99 para que usuários possam fixar tarifas de corridas frequentes.
- Parcerias estratégicas: um novo acordo com a Delta Airlines, substituindo a rival Lyft, e uma parceria com a Home Depot para entregas além do setor de alimentação.
- Autônomos e inteligência artificial: parceria com Waymo, onde a Uber será o único app a oferecer corridas autônomas em Atlanta no verão de 2025.
Apesar da aposta em veículos autônomos, Khosrowshahi ressaltou que a comercialização da tecnologia ainda levará tempo, enfatizando a necessidade de equilíbrio entre segurança, logística e demanda do mercado.
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