Ondas de calor, secas prolongadas e tempestades intensas devem impactar drasticamente o sistema de saneamento básico brasileiro até 2050, segundo estudo inédito do Instituto Trata Brasil, em parceria com a Way Carbon, divulgado nesta terça-feira, 19.
O levantamento alerta que fenômenos climáticos extremos exigirão adaptações urgentes nas infraestruturas de água e esgoto para evitar colapsos no abastecimento e proteger a saúde da população.
Estados como Rio Grande do Sul, Ceará e Amazonas estão entre os mais vulneráveis devido às características regionais e limitações nos sistemas de tratamento e distribuição de água. Segundo o levantamento, tempestades, ondas de calor e secas criam riscos únicos que variam de acordo com cada localidade.
Impactos regionais das mudanças climáticas
O estudo analisou três fenômenos principais — tempestades, ondas de calor e secas meteorológicas — usando modelos climáticos que projetam cenários para 2030 e 2050. A pesquisa detalha os seguintes riscos:
- Tempestades: Áreas do Sul e Sudeste, como Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Rio de Janeiro, enfrentam maior risco de contaminação de mananciais e alagamentos, afetando a distribuição de água potável. Capitais como Vitória (ES) e Porto Alegre (RS) estão entre as mais expostas.
- Ondas de calor: Estados do Norte, como Amazonas, e do Nordeste, como Ceará, sofrem com sobrecarga nos sistemas de tratamento devido ao aumento de consumo de água e energia.
- Secas meteorológicas: O sertão nordestino e partes do Centro-Oeste, como Goiás, enfrentam maior pressão sobre os mananciais, o que pode levar a racionamentos severos. Capitais como Fortaleza (CE) e Natal (RN) estão entre as mais afetadas.
Principais ameaças climáticas para o setor de saneamento por região do Brasil
Estratégias para mitigação
O levantamento indica que a adaptação das infraestruturas de saneamento é crucial para mitigar os impactos climáticos. O fortalecimento de sistemas de captação, investimentos em tecnologia e políticas públicas de gestão integrada dos recursos hídricos são algumas das ações recomendadas.
“Em 2024, vivemos os impactos das mudanças climáticas na pele. É imprescindível investir em adaptação para cenários extremos e promover a resiliência das comunidades mais afetadas”, diz presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto.
A implementação de estratégias de reuso de água e modernização de sistemas também foi apontada como essencial para garantir a segurança hídrica da população e a sustentabilidade do setor.
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