Em participação no SDGs in Brazil 2024, Margarete Coelho, diretora de administração e finanças do Sebrae Nacional, anunciou uma inédita pesquisa focada em empreendedorismo da população LGBTQUIAPN+. Durante o painel “Empreender com Diversidade para Construir Futuros Inclusivos”, a executiva falou do levantamento, que conta com apoio do Pacto Global da ONU, da consultoria Nhaí e da agência AlmapBBDO, já concluiu a fase qualitativa e em meados de novembro deve ter os primeiros insights consolidados.
De acordo com Margarete, a pesquisa foi motivada pela compreensão da necessidade de dados e informações que pudessem trazer a realidade dos negócios criados e empreendidos por este grupo populacional, para moldar políticas, ações e intervenções efetivas. “Esta é a forma de atuar do Sebrae, entregamos dados exatos, no detalhe. E quando falamos de LGBTQIAPN+, não temos estas informações”, salientou a diretora, lembrando ainda que a entidade criou recentemente uma gerência de empreendedorismo feminino diverso.
CEO da Nhaí e mulher trans, Raquel Virgínia enfatizou que esta é uma comunidade que já está movimentando anualmente R$11 bilhões no varejo, impactando significativamente setores como entretenimento, moda e serviços. “Mais de 17% desta população empreende pela dificuldade de conseguir emprego formal”, destacou. Em complementariedade à fala de Raquel, Margarete Coelho compartilhou dificuldades identificadas nesta primeira fase qualitativa da pesquisa: “já identificamos, por exemplo, que empreendedores LGBTQUIAPN+ têm dificuldade de contratar pessoas, porque elas não querem ser empregadas de trans”.
Até 2023, grupo invisível ao Censo brasileiro
Moderadora do painel, Dilma Campos, CEO da Nossa Praia e head de ESG da B&Partners, lembrou que, apenas a partir de 2023, o IBGE passou a considerar gênero e sexualidade na Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS) . Embora o levantamento de 2022 já tenha mapeado a população bi e homossexual, transgêneros não eram identificados. Em outubro de 2023, quando divulgou a mudança, o Instituto informou que a inclusão de questões sobre gênero e sexualidade foi uma demanda da sociedade civil e que ratificava a importância de sua captação.
“Trabalhamos com inovação e reconhecer essa diversidade e as necessidades diferentes e específicas de cada público é essencial para inovar, para que nossos produtos atendam a todas e todos e para que o apoio do Sebrae seja cada vez mais efetivo no empreendedorismo brasileiro”, concluiu Margarete Coelho.
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