Peixe mais antigo que dinossauros continua vivo – e está praticamente intacto

Os fósseis são um verdadeiro vislumbre do passado, ajudando pesquisadores a entender, por exemplo, como as espécies evoluíram ao longo do tempo ou permitindo reconstruir seres extintos, como os dinossauros. Um peixe chamada celacanto, conhecido por muitos como um “fóssil vivo”, é uma exceção a essa regra.

Os primeiros fósseis dele datam de 419 milhões de anos atrás, muito antes dos gigantes pré-históricos pisarem na Terra. Apesar das extinções ao longo da história do planeta, o animal continua vivo, nadando pelos mares do mundo com poucas evoluções em relação a seus antepassados.

Pesquisadores reconstruíram crânio de uma das espécies de celacanto (Imagem: Nature Communications/Reprodução)

Peixe mais antigo que dinossauros está vivo

São mais de 175 espécies de celacantos fossilizadas conhecidas pelos pesquisadores. Os peixes sobreviveram a diversos períodos da história da Terra, tendo diversificações no formato do corpo ao longo do tempo.

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No entanto, ao final do Cretáceo, há cerca de 66 milhões de anos, o celacanto desapareceu dos registros. O momento coincidiu com a extinção em massa K-Pg, que eliminou cerca de 75% as espécies do planeta, incluindo os dinossauros. Acreditava-se que o peixe havia sido uma delas.

Em 1938, essa compreensão mudou, quando a pesquisadora Marjorie Courtenay-Latimer encontrou um espécime vivo na África do Sul. O nome técnico, Latimeria chalumnae, foi em homenagem a ela. Outra espécie é a Latimeria menadoensis, que também segue viva e foi descoberta nas águas da Indonésia.

Ilustração mostra a divisão do grupo dos celacantos entre espécies (Imagem: Nature Communications/Reprodução)

Ele até pode ser antigo, mas não é um fóssil vivo

Se você ouviu falar que o celacanto é um “fóssil vivo“, não é bem assim. Pesquisadores da Universidade de Quebec publicaram um estudo na Nature Communications este mês desafiando essa compreensão.

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Isso porque, apesar das primeiras espécies do grupo ainda serem pouco conhecidas, há um local no mundo chamado Formação Gogo que pode dar pistas sobre o passado. A formação fica no oeste australiano e, há cerca de 380 milhões de anos, foi um recife tropical com mais de 50 espécies de peixe.

A anatomia dos animais por lá ajudou a entender mais sobre os celacantos. O grupo, inclusive, gerou imagens 3D da espécie extinta encontra na Formação de Gogo para estudar seu passado.

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Veja algumas das conclusões do trabalho:

A análise permitiu concluir que os celacantos tiveram sua evolução desacelerada desde a época dos dinossauros, permanecendo praticamente intactos desde então;

Ou seja, os animais que estão vivos hoje são bastante parecidos com os que viveram na Pré-História;

Mas há um porém. Apesar da desaceleração, os celacantos tiveram algumas modificações curiosas, mostrando que, no final das contas, eles não são “fósseis vivos” e sim uma espécie em evolução (ainda que muito, muito lentamente).

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