A Nippon Steel receberá uma extensão de segurança sobre seu acordo de US$ 14,1 bilhões para comprar a United States Steel, adiando o negócio politicamente controverso para depois das eleições nos EUA, que acontecem em novembro.
De acordo com a Bloomberg, a mudança manteria a proposta viva, mesmo que o presidente Joe Biden tenha prometido que a US Steel permaneceria como propriedade americana e esteja se preparando para encerrar o acordo.
O presidente não deu nenhuma indicação de que esteja mudando de posição com relação ao negócio. Donald Trump e Kamala Harris também já declaram que são contra a venda.
A aquisição da United States Steel pela Nippon Steel se tornou um ponto eleitoral crítico, particularmente no estado da Pensilvânia, onde tanto a US Steel quanto o sindicato United Steelworkers — que se opõe à venda — estão sediados. E a Pensilvânia também é um terreno de ferrenha disputa entre Trump e Kamala.
Negócio que vem se arrastando
A transação foi anunciada pela primeira vez em dezembro do ano passado, com Joe Biden expressando sua oposição, mas não chegando a cancelar o negócio. Ele optou por adiar a revisão feita pelo Comitê de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos (Cfius, em inglês), um órgão do Departamento do Tesouro que analisa negócios que podem afetar a segurança do país.
A Nippon Steel fez a solicitação para reenviar seu registro, e o Comitê concordou, de acordo com a Bloomberg. O Cfius precisa de mais tempo para entender o impacto da transação para a segurança nacional, incluindo a resiliência de cadeias de suprimentos críticas.
Essas revisões do painel geralmente são direcionadas a adversários como a China — não a nações aliadas, como o Japão.
O prazo atual para uma decisão do Cfius era 23 de setembro. A mudança para reenviar o pedido, que o Cfius tem que concordar, inicia uma nova contagem de 90 dias, embora uma decisão possa vir antes.
“A posição do presidente e do vice-presidente é que é vital para a US Steel continuar sendo uma empresa siderúrgica americana de propriedade e operação doméstica”, disse a porta-voz da Casa Branca, Saloni Sharma, em um comunicado. “O presidente disse aos nossos trabalhadores siderúrgicos que os apoia, e ele fala sério. Não há o chamado ‘atraso’. Não recebemos nenhuma recomendação do Cfius. O processo do Cfius estava e continua em andamento.”
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