Conheça a 4ª geração das criptomoedas, a “fusão” entre blockchain e o mercado tradicional

O mercado de criptomoedas está caminhando para uma nova geração de moedas digitais. Essa foi a avaliação de Charles Hoskinson, criador do blockchain Cardano, compartilhada durante o evento Token 2049, em Singapura. Na visão do desenvolvedor, ecossistema cripto está caminhando para novos projetos que buscarão resolver problemas que surgiram nos últimos anos.

Em sua fala, Hoskinson explicou que a primeira geração de criptomoedas girou em torno do bitcoin – a primeira moeda digital em blockchain criada – e tinha como foco “descentralização, desintermediação, a ideia de você ser o próprio banco”. Apesar dos avanços trazidos, essa geração também trouxe um problema: “Ela não tinha programabilidade”.

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Isso resultou na segunda geração, representada principalmente pela Ethereum e o ether. Nesse caso, a novidade trazida foi a criação de contratos inteligentes e o surgimento da programabilidade em blockchains, desbloqueando novas funções e mecânicas para esses projetos.

A novidade, porém, também trouxe um novo problema: a escalabilidade. Ou mais, especificamente, a falta dela. Hoskinson aponta, ainda, a falta de interoperabilidade entre diferentes blockchains e a falta de sistemas de governança para o funcionamento das redes.

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Da 3ª à 4ª geração de cripto

Para solucionar esse problema, o mercado ganhou a terceira, e atual, geração de criptomoedas, “focada em escalabilidade, interoperabilidade e governança”. É o caso de projetos como a Aptos, a Solana e a própria Cardano. Segundo Hoskinson, “estamos no meio dessa geração, e sempre que uma nova geração surge há toda uma nova escala de possibilidades de usos”.

“Hoje, você efetivamente consegue criar uma internet para o dinheiro, o sistema financeiro, e consegue fazer com que cada desenvolvedor seja o gerente de produtos, aproveitando uma inteligência coletiva, algo fora do alcance da segunda geração”, resume.

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Mas essa nova geração também apresentam um problema: “Os blockchains são ótimos agora para criar produtos, mas tem um problema de privacidade. Algumas informações, em especial as financeiras, não podem ser públicas e transparentes, e o blockchain as torna hoje públicas e transparentes”. Com isso, o uso da tecnologia por empresas tradicionais ainda enfrenta barreiras.

“A privacidade é parte do negócio, e cada aplicação no mundo real sempre tem dois lados, o público e o privado. O lado público pode ser bem feito em blockchain, mas o lado privado ainda não foi resolvido em blockchain, você depende ainda de confiar em outra parte. Se tem uma aplicação em blockchain e o lado privado está fora, centralizado, não tem uma aplicação descentralizada”, resume o desenvolvedor.

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Hoskinson pontua ainda que “a descentralização também dificulta a responsabilização em casos de problemas. Você não sabe quem é o dono, quem está por trás daquela rede. O mundo tradicional passou séculos regulando e otimizando seus processos para responder à pergunta do ‘quem?’, mas o mundo cripto não. O problema é a ausência do ‘quem’ no blockchain. Precisa ter identidade com privacidade, definindo o quem e quem pode ver, decidir”.

Para o criador da Cardano, a resolução desse problema será essencial para que a quarta geração cumpra seu potencial para ser a “fusão do mundo tradicional e de blockchain”, mas, para isso, será preciso “ter privacidade e ter algum conceito de identidade. O problema é que não há um caminho óbvio para chegar nisso, ainda é algo nebuloso”.

“O mercado está em busca de soluções . Mas a quarta geração será aquela que vai abrir as portas e permitir que finalmente tenhamos os bilhões de dólares que estamos esperando chegar no mundo cripto. É o que estamos esperando e o que está faltando, é o que vai permitir uma adoção em massa, um uso em escala por empresas”.

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