No meu último artigo, prometi que comentaria algumas práticas que criam e sustentam culturas de confiança. Como promessa é dívida, estou aqui para cumprir com a minha palavra.
Então, vamos à lista baseada nos longos anos de estudo de Paul J. Zak e sua equipe:
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Reconheça o bom trabalho
Para isso, é necessário que você realmente preste atenção na sua equipe. Reconhecer o trabalho de alguém não se resume a um tapinha nas costas ou a um elogio genérico; trata-se, na verdade, de entender a relevância de uma entrega e valorizá-la.
O reconhecimento demonstra que a liderança está atenta ao esforço individual e coletivo do seu time, o que contribui para a motivação e reforça aquela sensação de pertencimento.
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Estimule a superação de desafios
De acordo com Zak, quando atribuímos à equipe um trabalho difícil, porém factível, o estresse moderado gerado por essa situação libera substâncias neuroquímicas que intensificam o foco e fortalecem as conexões sociais.
Só que, para isso acontecer, é necessário um contexto favorável, em que os desafios são compartilhados de forma transparente. Ou seja, a liderança deve explicar como eles impactam a empresa, comunicar os objetivos com clareza, colocar-se à disposição para tirar dúvidas, medir o sucesso do andamento dos objetivos e dar feedback constante.
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Dê autonomia na forma de trabalhar
Estou me referindo àquela atitude de dar espaço para as pessoas da sua equipe e deixá-las executar as tarefas a seu modo — mantendo o alinhamento com os valores e protocolos da empresa, claro. A consequência disso vai além do fortalecimento dos vínculos de confiança, impactando na inovação, visto que profissionais diferentes adotam abordagens distintas.
É verdade que erros podem acontecer pelo caminho e, neste caso, a recomendação é encarar a situação como uma oportunidade de aprendizado da equipe, oferecendo suporte necessário para que ela possa lidar com o problema.
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Ofereça suporte na realização do trabalho
Liderar não é sobre carregar o time nas costas, mas sobre dar as ferramentas e o respaldo necessário para que as pessoas brilhem por conta própria. Dar suporte significa, antes de tudo, reconhecer e aproveitar ao máximo os talentos únicos de cada integrante da equipe, promovendo um ambiente de autonomia e autogestão.
Esse tipo de liderança empodera as pessoas a tomarem decisões e a assumirem responsabilidades, sem que precisem de validações constantes. Dar suporte também implica estar disponível para oferecer orientação, escutar dúvidas e intervir quando necessário.
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Compartilhe informações amplamente
Já introduzimos esse item acima, mas vale reforçar que, quando líderes compartilham informações estratégicas, permitem que a equipe entenda o “porquê” por trás das ações, fortalecendo o vínculo de confiança.
Além disso, a prática da transparência envolve, neste caso, o ato de compartilhar conhecimento e de valorizar ativamente a contribuição das pessoas. Essa troca também cria um ambiente mais colaborativo, no qual todo mundo se sente parte do processo.
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Cuide do seu time
Liderança é, acima de tudo, uma relação humana. Demonstrar cuidado pelo bem-estar físico e emocional das pessoas não é um “extra”, mas uma prática essencial para inspirar confiança.
Às vezes, pequenos gestos como ouvir com atenção, respeitar limites e oferecer apoio fazem toda a diferença. Lembre-se: é no dia a dia que o cuidado se manifesta.
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Mostre abertura e vulnerabilidade
Primeiro, é preciso reforçar que a abertura não é um sinal de fraqueza. Pelo contrário! Líderes que reconhecem que não têm todas as respostas e que se dispõem a aprender junto com a equipe costumam inspirar respeito e sabe o que mais? Sim, confiança.
Portanto, exerça uma liderança autêntica, sem ter medo de demonstrar suas vulnerabilidades. Ao fazer isso, você estará criando um ambiente em que outras pessoas também poderão se abrir.
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Facilite o crescimento pessoal integral
Dentre outras coisas, essa prática significa oferecer oportunidades para que as pessoas ampliem seus conhecimentos, explorem novos interesses e fortaleçam competências socioemocionais. Tem a ver com a capacidade de enxergar o colaborador como um todo, valorizando tanto suas habilidades profissionais quanto suas aspirações pessoais.
Essa visão holística é a base do desenvolvimento integral, que vai além de treinamentos técnicos, investindo no crescimento humano de cada indivíduo. E o resultado disso é um vínculo mais profundo e duradouro.
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