Blockchain e inteligência artificial são duas tecnologias que têm chamado cada vez mais atenção de empresas, especialistas e investidores nos últimos anos. E, para Olaf Carlson-Wee, existem algumas áreas claras para a união desses dois mundos. O fundador da Polychain Capital falou sobre o tema em sua palestra no Token 2049, em Singapura.
Na visão de Carlson-Wee, o avanço da IA generativa e a possibilidade de criar os chamados “agentes de IA” – que podem realizar algumas tarefas com maior grau de autonomia – indicam que a economia global está migrando para uma fase do “Capitalismo de Programação”, em que bots terão um papel cada vez mais relevante.
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Nesse cenário, o investidor e especialista projeta uma “tomada de controle dos bots” em diversas áreas de economia. Já no caso do blockchain e das criptomoedas, ele acredita que a tendência é que o segmento passe a prestar serviços para projetos de inteligência artificial, se tornando uma “ferramenta” desse mundo.
“As IAs não vão tomar o controle das coisas como no filme Exterminador do Futuro. Elas vão fazer isso por meio das sugestões dadas por elas a nós. As forças do mercado vão nos levar para isso”, comentou Carlson-Wee, para quem esse movimento é irreversível.
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Unindo IA e blockchain
A primeira área de união entre as duas tecnologia é a criação de grandes modelos de linguagem de inteligência artificial – a base por trás de IAs generativas como o ChatGPT – que sejam “realmente abertos e realmente públicos” por meio de redes blockchain.
Um exemplo citado por ele é o projeto Bittensor, que promete “descentralizar a produção de IAs” ao criar redes de projetos e desenvolvedores da área que podem se conectar e também serem recompensados e financiados por meio de criptomoedas nativas da rede.
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A segunda área citada por Carlson-Wee é o uso de blockchains e criptomoedas para remunerar as pessoas caso elas concordem em permitir o uso do poder computacional inativo em seus equipamentos para treinar IAs. Uma iniciativa do tipo já está em implementação pela Grass.
A terceira área é o uso de chatbots de inteligência artificial generativa para aumentar o grau de “abstração” do mundo das criptomoedas. A ideia é usar essas ferramentas para tornar as interfaces e experiências de usuários mais simples, evitando que eles façam processos complexos ou precisem entender os pormenores de um blockchain para usá-lo.
A quarta área é o uso de blockchains para a criação de infraestruturas para inteligência artificial. É o caso da Ritual, projeto que busca facilitar a integração de modelos de IAs em diferentes sistemas de empresas a partir dos contratos inteligentes de blockchains.
A quinta e última área citada por Olaf Carlson-Wee é a criação de blockchains que serão pensados especificamente para atender às demandas de sistemas de inteligência artificial. O exemplo dado por ele é o da Sahara AI, que usa blockchain para garantir a “origem, segurança, equidade e acessibilidade” dos dados usados para treinar IAs, reduzindo vieses e vulnerabilidades nesses projetos.
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